Coletivo lança documentário e exposição fotográfica
O Coletivo de Fotografia “Fora de Foco” do Campus Brasília do Instituto Federal de Brasília (IFB) promoveu uma exposição fotográfica, o lançamento de um vídeo e uma roda de conversa com o tema “A representação fotográfica como reflexo do imaginário social dos centros urbanos” durante o ConectaIF, evento organizado pelo IFB no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Resultado de um projeto de extensão que iniciou o ano passado envolvendo alunos dos cursos Técnico e de Tecnologia em Eventos e de Licenciatura em Dança, o coletivo fez em seu primeiro estudo registros de imagens do terminal urbano central (conhecido por todos como Rodoviária do Plano Piloto).
Para a exposição foram selecionadas 30 fotos e 12 minutos para o vídeo. Fernando Assunção, aluno do curso de Tecnologia em Eventos Campus Brasília do IFB, comentou que a experiência tocou a todos e impulsionou novas ideias.
A professora Patrícia Lima, supervisora da ação, disse que para alguns o projeto auxiliou a desmistificar algo que até então gerava até rejeição. “Depois viram que o espaço reúne a representação da vida, pulsante, cheia de histórias”, contou.
Durante o diálogo sobre os projetos, o professor Maxem Araújo do Campus São Sebastião do IFB contribuiu com reflexões sobre a fotografia como um meio de “descolonizar” o olhar. “O verdadeiro Distrito Federal são as cidades satélites – o centro da vida não é o Plano Piloto, a rodoviária é apenas um ponto de encontro. Há muita segregação sócio espacial da Brasília dos monumentos turísticos e a real. Muitos ignoram por exemplo, a História de que mais de 70% dos tijolos que construíram o plano foi produzido em São Sebastião”, disse.
Caetano Ruas, professor do Governo do Distrito Federal, produtor cultural com ampla experiência em momentos coletivos e pontos de cultura, observou que ocupação não é invasão. “O espaço não é do outro, é de todos. Brasília é uma cidade que nasceu moderna e se tornou segregadora. A rodoviária é o encontro da borda, é o centro que rompe a lógica do centro”, frisou, sugerindo que o coletivo leve a mostra e o documentário para outros espaços além do ConectaIF e também promove diálogos que auxiliem a reflexão popular.